Conseguir imagens em movimento foi algo perseguido desde a Antiguidade.
As sombras sempre exerceram fascínio nos seres humanos, o que rendeu inclusive a criação do teatro de sombras.
Com o advento da fotografia foi possível fixar a imagem numa superfície, seja ela papel, placa de metal ou vidro. Desta maneira, não podemos entender a história do cinema sem compreender a história da fotografia.
A própria etimologia da palavra cinema explica isso. Afinal, “cinema” é a abreviação de cinematógrafo. “Cine”, vem do grego e significa movimento e o sufixo “ágrafo”, aqui significa, gravar. Assim, temos o movimento gravado.
Por isso, diversos inventores, de países como França e Estados Unidos, desenvolviam aparelhos para captar e projetar imagens em movimento
Os irmãos Lumière eram filhos de um fabricante de materiais fotográficos, cuja fábrica estava localizada na cidade Lyon, França.
Pesquisaram e aperfeiçoaram as primeiras câmaras fotográficas, contribuindo para o surgimento da fotografia colorida. Através do cinematógrafo, começaram a realizar seus primeiros filmes que consistiam em captar imagens com o aparelho parado.
Em 28 de dezembro de 1895, em Paris, no “Grand Café”, foi realizada a primeira projeção cinematográfica tal qual conhecemos. Assim, numa sala escura, foram projetados dez filmes de curta duração como “A chegada do trem à estação de La Ciotat” ou “A saída dos operários da fábrica”.
No entanto, os próprios irmãos Lumière não prosseguiram sua carreira pelo cinema. Louis ainda inventaria o fotorama e se dedicaria à ciência, enquanto Auguste continuaria seus estudos de bioquímica e fisiologia.
O cinematógrafo dos irmãos Lumiére é considerado o inventor que deu início ao cinema, embora alguns historiadores questionem o pioneirismo deles.
A fase do cinema mudo foi significativa para o avanço do cinema. Durante essa fase, foram criados os primeiros roteiros de ficção, foram utilizados os primeiros efeitos especiais, e diversas técnicas de filmagem foram desenvolvidas.
O filme The jazz singer, em português “O cantor de jazz”, foi o primeiro filme falado da história. Nele, Al Jolson se tornou o primeiro ator a cantar e a falar em um filme.
Outra inovação que revolucionou a cinematografia foi o desenvolvimento de técnicas que permitiram a gravação e a reprodução de filmes coloridos, como desenvolveu a empresa estadunidense Technicolor. Nesse processo, um projetor projetava cores em tons de vermelho e outro, em tons de verde, um prisma misturava as cores antes da projeção, criando uma imagem colorida. O processo foi usado em alguns filmes, como The gulf between, de 1917, mas era extremamente caro e foi pouco utilizado.
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Em 1932 a Technicolor desenvolveu um novo sistema muito mais barato e tinha cores mais vibrantes ao serem projetadas. Walt Disney utilizou essa técnica pela primeira vez em uma curta metragem chamado Flores e Árvores.
Eugen Schufftan foi um cineasta que desenvolveu o chamado efeito Schufftan, técnica que revolucionou os efeitos especiais no cinema. Dois espelhos eram posicionados na frente da câmera e isso possibilitava sobrepor duas imagens em escalas diferentes. Por exemplo, era possível que pessoas fossem inseridas em escala em maquetes, na mesma cena, o que reduziu drasticamente os custos com a produção de cenários.
Outra inovação que modificou a cinematografia foi o chamado cinema digital. Desde o final da década de 1990, diversos estúdios passaram a gravar e editar filmes digitalmente. Em 2005, um empreendimento conjunto dos maiores estúdios de Hollywood lançou a Digital Cinema Initiatives, a DCI, o sistema digital que substituiu os filmes de rolo nos cinemas em todo o mundo.
Com a tecnologia digital, os filmes passaram a ser gravados com câmeras de alta definição, a edição se tornou mais barata, as possibilidades de efeitos especiais cresceram exponencialmente e os custos com transporte para a distribuição dos filmes foram eliminados, uma vez que os filmes passaram a ser enviados aos cinemas pela internet e não mais transportados em rolos por veículos.